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terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Dossiê Battisti

O caso de Cesare Battisti, italiano condenado à prisão perpétua por diversos assassinatos, é um tanto quanto curioso. Mais uma vez, nossa função hoje não é sanar dúvidas, mas sim criá-las. Alguns fatos relacionados ao caso são estranhos, como veremos a seguir. A decisão do Ministro da Justiça, Tarso Genro, em conceder o exílio político se baseia na falta do direito de defesa do réu em seu julgamento na Itália.

Apesar de todas as circunstâncias, o conselho responsável por julgar pedidos de exílio considerou inadequada a concessão do exílio. E o Ministro não respeitou a decisão. Mais ainda, o Supremo Tribunal Federal não irá julgar o caso, também a pedido do governo brasileiro. O questionamento é simples: se existe um conselho para julgar o pedido de exílio, por que não cumprir a decisão deste conselho? Ultrapassando esse conselho, estaríamos ferindo um processo democrático, assim como, supostamente, a Itália fez. O pedido ao STF de arquivar o processo também é estranho. Se estamos concedendo exílio a uma pessoa que não teve direito de defesa, por que não damos o direito da maior instância judicial do país julgar procedente ou não esse exílio?

Mais uma coisa estranha, surgiu à noite. Quem assistiu ao Jornal Nacional, notou que William Bonner citou o nome do advogado de Cesare: Luiz Eduardo Greenhalgh. Esse nome nos chamou atenção. Greenhalgh, renomado advogado na luta pelos direitos humanos, tinha sido o candidato do PT para a eleição de presidente da Câmara em 2005. Ora, não gostaríamos de levantar falsas suspeitas (ainda mais se tratando de um profissional altamente respeitado e qualificado – sem ironias), mas é bastante estranho conceder exílio a um político italiano, cujo advogado é um político brasileiro filiado ao mesmo partido do Ministro da Justiça e do Presidente da República.

Não podemos esquecer, no entanto, que a Itália, apesar de democrático, é um país problemático, com longas histórias de corrupção e perseguição política. Se, de fato, houve perseguição é nossa obrigação conceder exílio político, acima de todo custo.

Entretanto, as relações diplomáticas Brasil-Itália poderão ficar mais tensas. E aí, uma pergunta, nos vem a cabeça, vale a pena trocar a vida de um cidadão estrangeiro pela vida de vários brasileiros, que dependem das relações entre os dois países, como as comerciais, por exemplo?

Esse é um tema muito difícil. Por isso, gostaríamos de saber a sua opinião sobre esse assunto. Poste ou nos envie um e-mail ;)

Paulo Aragão (pauloaragaomelo@gmail.com)
Pedro de Figueiredo (pedfigueiredo@hotmail.com)

Equipe (In)utilidades Online (inutilidadesonline@gmail.com)

7 comentários:

Unknown disse...

ai ai, vou ser rica ;D

Carol Romão disse...

Só sei e uma coisa: o mundo anda precisando de um banho de dignidade! u.u'

Unknown disse...

" luta contra os direitos humanos"
CONTRA?! que cara de pau!
queria mesmo saber qual era a desse italiano, obrigada por terem me informado
beijinhos meninos

Unknown disse...

ih foi mal, esse joão eduardo sou eu, LUIZA...é pq to na casa da minha amiga
beijossssssssss

Unknown disse...

Pensei: "Vou deixar aqui minha opinião sobre o assunto."
Diante de tal indagação final pensei, porém, que não sei o que achar disso tudo! =)
Beijão xD

[IN]utilidades ON disse...

Errata:
linha 21 "luta pelos direitos humanos"
=DD

Pedro de Figueiredo

Paulo Aragão disse...

Ele não é tão mal assim não, Luiza...xD

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